terça-feira, 2 de setembro de 2008

Lamento















O assassino olhou para o album e sorriu. Em páginas amarelecidas observou as fotografias descoloradas e perdidas no tempo.

Todas elas lhe falavam em uníssono, olhando nos seus olhos de um negro mais vazio que a noite mais escura, lamentando o breve instante em que se tinham cruzado.
Vozes sombrias ecoam na sua cabeça, mas nada o enternece... De pistola na mão sorri ainda mais...
Porque o sorriso que lhe cresce nos lábios é gerado pelos lamentos dos que matou... E os lamentos crescem... Inimaginavelmente... E as vozes gritam cada vez mais, mas isso só lhe dá mais força...
Um segundo depois... Um tiro... No chão jaz uma nova fotografia, perdida... E enquanto sorri, junta um novo lamento a todos os outros...

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