domingo, 14 de setembro de 2008

A espera


Há horas que espero um sinal teu... Sentado neste banco de madeira... É dia, ao mesmo tempo noite, mas nem uma única imagem tua. São horas? Não... Talvez dias... Meses... Anos... e não te encontro... Nunca te encontro... Tens olhos claros? Cabelo escuro? És magra? Bonita? Não sei... Já não sei quem és... Apenas sei que aguardo... Sozinho... Confuso... Neste banco de madeira... Vazio... Sem alma...

Os ponteiros do relógio não cessam o seu movimento e tu não vens... Nunca vens... Olho, mas não vejo... As lágrimas, cada vez mais frias e abundantes turvam-me a visão...

Agora, anos depois, já não sei quem espero... Talvez alguém que consiga limpar os meus olhos cansados, de lágrimas repetidamente derramadas... Lágrimas que mataram o tempo... O tempo que me matou a mim.

4 comentários:

pieter disse...

Mas que prosa mais neo-romântico gótica!!! E eu é q me visto de preto! :D Olha lá!!! E uma coisa mais animadita? Porque não fazemos desafios uns aos outros? A ver se este blog mexe! Do tipo: propor uns aos outros temas para pequenos contos ou cenários. Eu desafio-te a escrever uma história sobre... um cozinheiro disléxico com sinusite aguda e um entusiasmo desconcertante com meias amarelas!!! TCHAMMMMMMMMMM!!!! Vê lá como te safas desta! :D

x disse...

hahahahaha...essa ideia é-me familiar!

Ana Galhanas disse...

"It's a perfect day for getting wild
Forgetting all your worries
Life
And everything that makes you cry
Let's get happy!
It's a perfect day for dreams come true
For thinking big
And doing anything you want to do
Let's get happy!"

The Cure, Doing the Unstuck

:)

susclara disse...

Pego na caneta para escrever
Algo que me parece sempre distante…..
Por vezes tento fazer com que as palavras pareçam profundas e bonitas….
Contudo não obtenho o feedback que desejo.
Penso naquele moço….
E ainda agora não entendo o porquê….
Depois vem o garoto….
Mas a verdade é que não mexe comigo.
Eis que surge the black angel again…
O que fazer???
Não sei…
A vida é por vezes complicada,
Há um movimento constante de entradas e saídas
Mas o inevitável acontece…desencontros.
A vida está repleta deles,
E depois,
Como se poderá exprimir em meia dúzia de linhas…
O que uma pessoa realmente é.
Pensamentos flutuantes…
Ideias concretas….
Uma vida, com ou sem experiências…
E o teu olhar….
Algo que permanece inatingível.
Não querendo pensar, e como por magia…
Ele surge no horizonte.
Palavras que afluem na mente
Sem qualquer control.
Mais um café….
Eis a quebra de pensamento,
Voltando como que ao inicio,
Tenta-se buscar…sem sucesso,
A linha que outrora fluía.
De volta ao turbilhão de ideias,
Pairam sem qualquer significado.
Na memoria guardam-se:
Cheiros,
Sensações,
Lugares,
E tu….
Sim, porque não?
Mais um cigarro queimado,
Mais uma vida desperdiçada.
E voltam as memorias,
E tudo perde significado,
Quando esperamos por algo angelical,
Algo que nos faça recorrer aos cinco sentidos….
Todos nos procuramos
Aquela sensação de liberdade correspondida
E felicidade plena.
Mas quando racionalizo,
A certeza
É que são meros momentos.