quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Cântico a uma Sereia


“Cântico a uma Sereia”

Contemplo as tuas ondas, num mar revolto que assola, ao longe, a praia onde te deitaste.
O teu cabelo, sacudido pelo vento que nos acaricia, eleva-te acima das águas. E do alto, deslumbras-nos com o teu sorriso.
Falas palavras imperceptíveis cheias de ricos significados, que encantam e hipnotizam, e ao mesmo tempo fragilizam.
O teu canto é doce, mas contrasta com a água salgada que cobre o teu corpo.
Sem reacção sucumbimos ao teu chamamento e abandonamo-nos, irresistivelmente, no teu abraço apertado.
Fechamos os nossos olhos e amamos-te durante toda uma eternidade. A eternidade que nos transporta, sucessivamente, do limiar da vida para o reino da morte.

Sem comentários: