segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Onda do mar

Onda do mar que vens beijar os meus pés. Tento agarrar-te mas não consigo, tento conquistar-te mas teimas em fugir. Quero amar-te mas a barreira, o escudo, que colocas entre nós torna o fosso cada vez maior.
As nossas longas conversas, sentados à beira-mar, criaram em mim ilusões que me vão dilacerando pouco a pouco. Sinto-me reduzida a pó, a cinza, a nada e ao mesmo tempo a tudo.
Tudo o que sou devo àquilo que faço, às pessoas que me rodeiam, às tentações que vou ultrapassando, aos desafios que vou enfrentando, às inúmeras adversidades com que me vou debatendo dia após dia. Fantasias a que se dão vida e que nos dão motivo para sorrir.
Um dia, quando olhar para trás, verei que tudo valeu a pena. Mas neste momento… Onde estou? Quem sou? Para onde vou? Perguntas sem resposta mas que me fazem pensar, reflectir sobre a pequenez e paralelamente sobre a grandeza do ser humano. Quero encontrar soluções, mas estas parecem não existir… Será a morte a única solução? A experiência da vida diz-me que não… que a solução está em cada um de nós, nos nossos gestos, nas nossas atitudes, por vezes irreflectidas, mas que consideramos ser sempre as mais acertadas.
Há sempre alguém que acredita em nós e nas nossas capacidades, mas o fundamental é nós acreditarmos em nós próprios. Termos a consciência de que quando queremos algo temos força e capacidade para tal. Termos a capacidade de amar e de ser amado, de esboçar um sorriso, de fazer alguém feliz.
Quando damos um pouco de nós recebemos sempre uma recompensa que nos dá alento para continuar a amar de forma livre e deliberada.
No fundo, o cerne da nossa vida está dentro de nós próprios!

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